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Bate papo com William Vilar

  • onordestino
  • 9 de jul. de 2024
  • 2 min de leitura

William Vilar

P: Conta um pouco da sua história, lá da origem, como é que você veio pro Rio?


W: Eu vim com a minha avó, em 1967, junto com 5 dos meus 9 irmãos. Meu primeiro emprego foi no Mercadão de Madureira, aos 9 anos, e de lá pra cá não larguei mais do batente.


P: Caramba, muito novo! Isso tudo era para ajudar a sua família?


W: Sim, foi muita luta desde o começo. Mas a gente que é nordestino entende muito de luta, a gente arregaça a manga e corre atrás como ninguém. Como diz o filho do Luiz Gonzaga, a gente segue em frente e segura o rojão.


P: Como é que a sua origem nordestina influencia seu trabalho e visão política?


W: Ah, a gente que é do nordeste entende bem o que tem de bom e de ruim no Brasil, né. No Rio não é diferente. Eu acredito que a função do poder público é dar suporte a quem mais precisa, sabe? E é pela minha trajetória de migrante, meu sangue nordestino, que eu sempre dediquei minha vida a ajudar quem mais precisa.


P: E quais foram os momentos mais marcantes de sua carreira como servidor público?


W: Ah, aí ia ter que ter uma entrevista só pra isso… (risos) Mas por exemplo, eu implementei o Favela Bairro, que transformou a vida de mais de 100 comunidades no Rio de Janeiro com saneamento, urbanização, segurança… E a gente sabe como a característica da imigração nordestina no Rio levou muitos de nós a morar nas favelas, em áreas periféricas… Só esse projeto já mudou a vida de milhões de nordestinos e descendentes na cidade.


P: E na sua opinião, qual o maior problema da cidade hoje?


W: Eu tenho olhado com muita preocupação a quantidade de gente em situação de rua. Isso é um problema grave que envolve segurança, saúde pública, assistência social. Algumas décadas atrás, eu ajudei a implantar o Hotel Social, uma iniciativa que tirava milhares de moradores da rua e dava toda assistência necessária, desde ensinar a escovar o dente até ajudar a arrumar um emprego.


P: Agora, pra encerrar: mesmo com tantos anos de Rio de Janeiro, você ainda se considera um nordestino raiz?


W: (Risadas) Com certeza, com certeza. Aquilo com o que se nasce, a gente não perde nunca. Meu sangue quente, meu instinto trabalhador, essa sensibilidade que o nordestino tem e traz para a cultura do Brasil… Eu acho que eu só sou quem eu sou, porque sou nordestino.

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