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A carta do Cearense, Cego Aderaldo

  • onordestino
  • 10 de out. de 2024
  • 1 min de leitura

Cego Aderaldo, de Baturité , Estado do Ceará ; ele mesmo escreveu esta carta, que transcrevo a seguir:

“Os meus pais pisaram a poeira de muitos caminhos ! Tenho comigo as lembranças mais gratas de minhas cantorias,ainda no começo de minha vida. Percorri todas as serras ,alcancei os chapadôes ,varei a caatinga, entrei no brejo...Por toda parte eu levava a minha voz,assim como um soldado leva a Bandeira de seu batalhão. Cantei em Baturité ,em Canindé ...Fui ao Crato,pisei o solo verdejante do Cariri ...Que terra boa, Maravilhosa ! Nunca meus lábios provaram melhor água ! Cresci,aqui escrevo,cantando apenas uma ou duas horas. Depois de alguns anos, eu - modéstia à parte- ja era cantador de três noites ! Ah,como isso regalava o peito”


Como maquinista da estrada de ferro de Baturité, Cego Aderaldo poderia ter vindo algumas vezes à Cidade a trabalho. Depois de Cego,ele percorreu o Interior do Nordeste diversas vezes ganhando a vida através de sua cantoria .Como na época em Baturité era uma Cidade de grande comércio, era natural que eu fosse lá algumas vezes.


Trecho do livro: Eu sou o Cego Aderaldo ( 1902) escrito por Eduardo Campos a partir dos relatos de Cego Aderaldo.

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